sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Pano-de-chita na mesa, cabelo num fio de feijão e cheiro de biscoito mofado. A casa.
Maria Flor lê jornal da semana de ontem, pra esquecer do futuro que nunca vem.
Lhe disseram que Minas é mais que amarelo-e-mofo, é estrada deitada de morros, azuis colados de cima, mas a diferença não se fez.- se afoga no solo anêmico do teclado terminal na vitrola, na poeira.
Maria Flor é feito sangue fingido que desce pro ralo.
Meninamoça que tempera a cozinha cheia de cheiros, mulher.
Já dançou escondida do espelho, que só faz dedar a vergonha de ser.
É nua, é crua dos sonhos próprios que mastiga.
A verdade é que me apaixonei dos dias por Maria Flor, a verdade é amor, talvez só pra rimar.

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