quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O dia que a poesia morreu em mim.

"Devemos saber que surrar a esposa é uma punição pela lei religiosa islâmica. Ninguém pode impedir essa prática pois ela foi permitida pelo criador do homem.
Quando você compra um eletrodoméstico ou um carro, você recebe um manual, um catálogo que explica como usá-lo.
O criador do mundo mandou esse livro, o corão. Para mostrar ao homem os caminhos que ele pode escolher.
Nós não temos que ficar com vergonha diante das nações do mundo, que ainda estão na fase da ignorância e não aceitam que a surras sejam parte da nossa lei religiosa. (...)
O corão disse: Bata nelas. E esse verso é de uma natureza maravilhosa."

Homem islâmico em um sermão de sexta-feira na TV do Qatar.

pós ID

No verde-manso do papel
não vejo poros abertos de suor, ou
a afta que dissolve a língua
a unha que encrava o toque.

O verde-manso é raso e não sangra:
enumera estático o meu não-sorriso 3x4

[ grandes corpos não cabem em quadrados]

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Eumulher
Eupele
Eupela mulher
pela pele
pelo amor de deus, mulher.

[pelo amor à costela de adão, eufemininohoje.]

para Hilda Hilst

A porca-menina
criou asas de papel pardo.
Acabou chovendo,
acabou atriz.

[Não quero mais saber de coisa muito viva]

Porca ruiva, acinzentada:
castanho-loira.




E começam os planos
no papel sem tinta
da vida que finjo querer.

[coração em branco?]

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Nada como sair
e ventar por aí:
Cortar as peles
com arte
secar a língua
com poesia.

(O perigo mora dentro
e venta feito fogo.)
o passo que passa
que pé(de) paz
e dança o caos
que sobe ao chão
que desce ao céu.
(na horizontal me posso voar)
Girar
Saltar
gritar com os pés.
(meus verbos só sabem dançar)
O movimento
me faz corpo,
cores.
Tira o verbo
da língua
[e põe na pele.
(meu corpo é livro
livre)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Sobre amar.

Vivo a poesia deste momento.