sábado, 30 de junho de 2007

A testemunha.

Sr Juiz, seríamos tão fortes quanto a chuva?Como ela segura-se tão forte no céu demorando-se para cair?
Sabe Sr Juiz o céu pode não ser tão infinito quanto se pensa.Pode ser sufocante e raso ,o céu também pode matar.
O céu costuma matar a chuva, não é de hoje que o faz.
E eu tenho medo,medo do céu.

E termino meu testemunho, alegando que o céu é culpado.

A bailarina infiel.

Danço e embriago vidas.
Salto e com o ar me iludo.
Pairo e sem sentir o corpo,
pouso confundindo o vento.

Sem sapatilhas
com os pés no chão
prometo ao fogo
uma conciliação

E se me impedires
desafiar o vento
trairei ao santos
como traio o tempo

E ao deslisar
sob céu desfeito
finalizo a dança
num passo imperfeito.

a carta da mulher que tenta.

Preciso escrever aqui, preciso escrever e inscrever.Fazer a mitose das letras tomando um simples café gelado e tudo pra mostrar que sou mais uma,mais uma que brinca com letras finas.
Esse jogo de palavras sem nenhuma conexão, só para impressionar você que não sabe da minha alma, da minha cor,do meu sabor.Eu que me limito em espírito e tom, meio torto,meio desafinado por vezes, tão alto que demancho seu vidro em cacos sinuosos e opacos como a sua voz .Som estático sobre os meus lençóis.Encontra um vegetal.Procura a carne.Encontra um vegetal.Mais uma carta aflita de uma mulher que por não ser a sua,lhe parece mais amável.Aumento o tom da voz,mas as letras continuam iguais.Não me perceba, quando percebe,aborrece-me.